domingo, 29 de agosto de 2010

Manhãs

Adoro as manhãs. A fase do dia onde tudo é possível. O tênue sol evola com qualquer tormento da noite passada. Os pensamentos e as verdades são frescos. Tudo é possível, e tudo é bom.
Detesto as tardes. Tudo é mormaço. O sol a pino transforma tudo em sufoco, em desconforto. A leveza se esvai com rapidez. As possibilidades parecem tão pesadas, difíceis. Mas, as tardes passam.
Pois chega a noite. Os gatos não são pardos. Não os interessantes. É possível vê-los com nitidez. A esta hora, a lua ilumina tudo, as verdades são cristalinas. Tudo se adensa, pouco a pouco. Cada vez melhor.
Então chega a manhã novamente. Se a noite não foi tormento, tem-se a felicidade. Mais um pedacinho de alegria, para guardar, em uma caixinha de veludo, sob o sol tênue da manhã radiante.

Não há talvez

Em um segundo, tudo muda. O monólito é pó. Mas, o desmoronar é apenas início. Quando o vento de um tufão arranca seus pés, é hora de se lançar. Nada é por acaso, a vida é um intrincado de linhas que deveriam se cruzar, absolutamente díspares, mas deveriam. Quando tudo é suspenso, a incerteza é palpável, e o medo também. A única certeza é a de seguir em frente. Quando o medo paraliza, o talvez aparece. Ícone da covardia. Apenas divagações do que poderia ter sido, caso algo fosse diferente. Como olhar por uma janela, onde nunca se toca as flores. Por isso abomino o talvez. Melhor se lançar com todas as suas forças. Lançar-se à suavidade das flores, ou a dor de seus espinhos. Mas a uma verdade, a uma certeza, sem talvez.
A vida é muito curta para ser pequena. Então busque, com o seu melhor. Pois é o verdadeiro sentido da vida. Buscar a felicidade, a qualquer preço.