sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Epílogo III

O tempo rege o destino
Ardem as chamas da guerra
O ódio queima tudo ao redor
Incessantemente
Sem o frescor do amor, nada restará
Não há luz ou escuridão
Só o fogo
Destroi, destroi.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Prefiro a eternidade

 A beleza encanta. Enche os olhos, inebria os sentidos. Mas dura apenas algumas primaveras. Pouco a pouco se esvai, deixando o vazio, do tempo que já passou.
 A efusividade anima. Preenche horas e silêncios, mas um dia se cala.
 Alguns formatos são fabricados para durarem apenas uma estação. O material que os constitui não suporta as intempéries do tempo. Muito verniz, e pouca criação.
 Por isso prefiro a eternidade. Prefiro a elegância das pessoas atemporais, que gestos e palavras cabem em qualquer estação. De princípios sólidos.
 Prefiro a cultura. A erudição de seres refinados com o tempo. Alheios aos pacotes volúveis e efêmeros.
 Mas são raros. Tão raros quanto bons. A elegância dos cavalheiros, e a maestria dos mestres.
 Por isso prefiro a eternidade.

domingo, 3 de outubro de 2010

Ágape, o melhor presente.

 Era um menino incomum. Características tão contraditórias não poderiam se juntar em uma única pessoa. Chegou no reino sem grande alarde. Apenas caminhava, passeava displicentemente, sem perceber a paisagem. Sem que a beleza o inundasse.
 Foi então que o encontrou: Ágape. Foi encontrado por ele. Era a personificação do que havia de bom, do que havia de belo. 
 O rei o havia enviado para o menino. Afinal, não haviam cavalheiros como ele dentre a população. O melhor presente que poderia ganhar. Seria ele merecedor de tamanha honraria? Agradecia ao rei todas as noites pelo presente.
 Aquela criança apenas se machucaria se caminhasse só. Era frágil demais, inocente demais.
  Não mais caminhou só. Pois havia Ágape, a guiar seus passos, a cuidar de seu mundo, a ser seu mundo. Ele o guiava em seus braços, sem permitir que nada o machucasse. Mas, em toda a sua grandeza, fazia com que o menino se desenvolvesse, e vivesse a beleza do mundo. Mesmo que a beleza as vezes viesse com espinhos.
  Então era feliz, pois havia a galáxia Ágape, que cuidava de seu pequeno coração, de seus pequenos pés. Ágape cuidava pela felicidade de ver o menino sorrir, uma alma tão bela e boa como nenhuma outra. De um cuidado altruista, uma magnitude impossível de entender por mentes comuns. Mas ele existia.
 Toda noite o menino agradecia ao rei pelo presente. E agradecia a Ágape, por apenas existir. Obrigado.