terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Jardineiro

 Era um belo terreno. Um latifúndio. Não que a terra não fosse fértil. Afinal, havia árvores centenárias lá, passadas de geração em geração. Além de uma árvores frondosas, raríssimas.
 Mas o resto era desértico. O que havia de errado, o nascer de plantas era natural como respirar. Cresce inclusive em pedregulhos, em áreas inóspitas. E por que ali não nasciam?
 Seriam as sementes? Pouco provável. Falta de água? Também não.
 Apenas uma explicação possível: o jardineiro. Não sabia o que fazer com toda aquela terra. Não sabia como plantar, e principalmente, como cultivar as sementes, e fazer com que brotassem e vicejassem. Então, apenas regava as árvores existentes, de modo muito desajeitado.
 Mas um belo dia, percebeu que a terra poderia ser mais bonita. Com flores, árvores arbustos e grama. Uma profusão de cores e aromas. O problema é que a não havia escola de jardinagem,  era conhecimento nato diziam alguns.
 Decidiu conversar com as árvores. Sábias, sedentas por mais árvores na vizinhança. Assim ficaria mais bonito.
 Então começou o laborioso trabalho. Preparar a terra, adubar, e plantar as sementes. Será um belo jardim.

domingo, 2 de janeiro de 2011

2011

“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.”
Fernando Pessoa