sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Algodão

 Embaixo das árvores, pairando no ar, um floquinho de algodão.
 Acompanhou sua corrida, lado a lado. O vento levava o floquinho, que ululava , festivo e alegre.
 Como era animado, todo dia o pequeno algodão fazia uma festa. Não importava chuva, sol ou mau humor. Sempre feliz. 
 O encanto singelo era irresistível. Não havia seriedade que resistísse à alegria tão pura. 
 Mas, num vento mais forte, o algodãozinho se despedaçou. E caiu aos fragmentos em suas mãos. Nada que pudesse fazer o juntaria. Chorou.
 Amaldiçoou o amar. Gostava tanto, e nada o traria devolta. Por que amar? Se as coisas se vão, se elas  se quebram e não há poder no mundo que possa juntá-las.
 Esse pensamento durou apenas um segundo. Amar era a razão de viver. Uma vida sem amor seria apenas um espaço de tempo, vazia.
 Olhou para o céu azul, para agradecer, afinal, amou e foi amado. isso já justificaria qualquer exixtência.
 Sorriu, pois no céu havia uma nova nuvem, pequeninha, um floquinho de algodão.

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